segunda-feira, 30 de abril de 2012

O combate espiritual segundo São Bento



As três brechas 

São Bento encontrou três brechas por onde o inimigo pode entrar em nosso coração. A luta espiritual acontece aí nestes lugares de maior fragilidade humana e espiritual. É nestas brechas que precisamos maior vigilância. 

Primeira brecha: A COBIÇA 

É a idolatria das coisas. Por exemplo, fazer do dinheiro um deus. É o apego às coisas da terra. São Bento coloca como símbolo desta brecha o porco, pois seu focinho está sempre ligado ao chão. Curioso observar no Evangelho que o filho pródigo, após ter gastado todos os seus bens, foi trabalhar no meio dos porcos. Nesta brecha a luta acontece na reorientação dos desejos. É preciso conquistar uma atitude de oblação, de generosidade, desapego. É neste sentido que os religiosos fazem o voto de pobreza. 

Segunda brecha: A VAIDADE 

É a idolatria do outro como objeto de prazer. É a necessidade de ser reconhecido e amado distorcida, pois esquece da relação de fraternidade com o próximo e pensa apenas em si mesmo. A vaidade se torna neste caso motivação até de coisas boas, mas no fundo está o apego idólatra aos elogios e a toda espécie de prazer. É fazer tudo só pelo interesse de ocupar o primeiro lugar, ser bem visto pelos outros, elogiado, ter status, ser admirado. Aqui São Bento usa o símbolo do Pavão. É preciso reorientar esta necessidade natural e boa de ser reconhecido e amado. É dizer com sua vida e todo o seu coração: Senhor, vosso é o Reino, o Poder e a Glória. Se na primeira brecha, a atitude de desapego era uma garantia de vitória, nesta segunda brecha é necessário perseguir a atitude da solidariedade, do diálogo, da comunhão com Deus e com próximo. Para isso é fundamental a mansidão e a simplicidade. É neste sentido, de reorientar todos os afetos para o serviço da comunhão, que os religiosos fazer voto de castidade. 

Terceira brecha: O ORGULHO 

É querer dominar tudo para si. Ser um verdadeiro deus. É a idolatria de “si mesmo”. Aqui São Bento ilustra com o símbolo da águia. O orgulho é a origem de todos os pecados. É pelo orgulho que o homem se separa de Deus e procura sua independência. É necessário perseguir a virtude da humildade. Na luta espiritual, às vezes Deus nos da a graça da humilhação (Cf. Eclo 2) como uma espécie de exercício para crescermos na humildade e vencermos a brecha do orgulho. Neste sentido os religiosos fazem o voto de obediência. 

Todas estas brechas estão descritas em Gn 1-11 

1 COBIÇA: Idolatria das coisas (árvore, frutos…)

2 VAIDADE: Idolatria do outro como objeto (Caim)

3 ORGULHO: Idolatria de si mesmo (sereis deuses…) 

Jesus venceu todas estas brechas (Cf. Mt 4,1-10) 

1. Cobiça: estar seguro contra a falta de alimento
2. Vaidade: fazer um milagre diante das multidões
3. Orgulho: dominar o mundo 
Joio e trigo misturados no coração 

É preciso reorientar os desejos de acordo com o amor segundo o qual fomos criados: 

1. Cobiça X desejo natural de viver, produzir, inventar
2. Vaidade X desejo natural de ser reconhecido, amado
3. Orgulho X desejo natural de organizar, dirigir

Publicado: http://www.arcanjomiguel.net
Extraído: Pe. Joãozinho, scj / blog.cancaonova.com/padrejoaozinho

Para meditar e viver a palavra de Deus



Muita gente não avança na oração porque descuida da preparação prévia. Algumas vezes, quando quiseres orar, estarás sereno. Nesse caso, não precisarás de nenhum exercício prévio. Concentra-te, invoca o Espírito Santo e ora. Outras vezes, ao começar a oração, sentir-te-ás tão agitado e disperso que, se não acalmares previamente os nervos, não conseguirás nenhum fruto. Pode acontecer outra coisa: depois de muitos minutos de saborosa oração, percebes, de repente, que teu interior se está povoando de tensões e preocupações. Se, nesse momento, não lançares mão de algum exercício de silenciamento, não só vais perder tempo, como também o momento vai ser pesado e contraproducente. 





PREPARAÇÃO


1. Procure ter a alma vazia, aberta, tranqüila, sem ansiedade, em serena expectativa, pois é o Senhor o que vem, em sua Palavra e a seu encontro.


2. Uma vez escolhido o texto e depois de invocar o Espírito Santo, faça uma leitura lenta, muito lenta, com pausas freqüentes, pensando que Deus está falando a você, neste momento, com estas mesmas palavras que você está lendo.


3. Tem de ser uma leitura desinteressada, sem buscar utilidade alguma como, solução de problemas, doutrinas ou verdades… O Senhor se manifestará livremente segundo os desígnios e projetos que tem para sua vida.



LEITURA ESCUTADA:


4. Enquanto vai lendo lentamente, escute a Deus: é o Senhor que está falando de pessoa a pessoa. Estas palavras tão antigas, o Senhor as está pronunciando, para você, neste momento. Escute-O com atenção receptiva e serena, sem nenhuma ansiedade.


5. Não pretenda entender intelectualmente o que está escutando; não se esforce por buscar tanto o que significa esta frase, que quer dizer este versículo, maso que o Senhor está querendo dizer a você com estas palavras.


Se algumas expressões não “lhe dizem” muito, ou não as entende, não fique perdido nem ansioso, passe adiante com calma e liberdade.



DETALHES PRÁTICOS:


6. Pode acontecer que algumas expressões o comovam despertando em você ressonâncias profundas e desconhecidas. Detenha-se ai mesmo, dê voltas em sua mente e em seu coração, remoendo, ponderando e saboreando essas expressões.

Tome um lápis e as sublinhe e escreva à margem, uma palavra ou uma breve frase que sintetize aquela impressão.


7. Quando, na leitura escutada, aparecem nomes próprios como Israel, Jacó, Samuel, Moisés… substitua-os pelo seu próprio nome, pensando e sentindo queo Senhor está se dirigindo a você pelo seu nome próprio.

8. Se a leitura não “lhe diz” nada, fique tranqüilo e em paz. Pode acontecer que essa mesma passagem, lida outro dia, lhe diga muito. Acima da nossa atividade humana está o mistério da graça que, por essência, é imprevisível. A hora de Deus não é a nossa hora. Nas coisas de Deus, é necessário ter muita paciência.

9. Não se esforce tanto por captar e apreender exatamente o significado doutrinal da Palavra, mas sim, procure meditá-la gozosamente, no coração, comoMaria, dando-lhe voltas na mente, deixando-se inundar, por dentro, das vibrações e emoções que se desprendem da proximidade de Deus. E “conserve a Palavra”, quer dizer, permita que continuem vibrando em seu interior essas ressonâncias ao longo do dia.


SALMOS:

10. Os Salmos não se leem, se rezam. Anote em seu caderno os Salmos que “lhe dizem” mais, classificados segundo diferentes sentimentos como admiração, gratuidade, compreensão, louvor…

Esforce-se por sentir com toda a alma o significado de cada frase, identificando sua atenção e emoção com o conteúdo das expressões, dizendo-as com o mesmo tom interior que sentiriam os salmistas.


Coloque-se imaginativamente no coração de Jesus Cristo e trate de sentir o que Ele sentiria ao pronunciar estas mesmas palavras. Com a ajuda do EspíritoSanto, trate de identificar-se com a disposição interior de adoração, assombro e ação de graças do coração de Jesus, no espírito dos Salmos.


COMPROMISSO DE VIDA:


11. Procure questionar sua vida à luz da Palavra aplicando permanentemente a Palavra escutada à situação concreta de sua vida, perguntando a cada momento, “o que Deus está me dizendo” nesta frase para minha vida, em que sentido os critérios divinos, encerrados nesta Palavra, interpelam meu modo de pensar e atuar, em que aspecto devo mudar, “que faria Jesus em meu lugar”. Na medida em que sua mente se adapte à “mente” de Deus, você será discípulo do Senhor.


Se, em qualquer momento da leitura escutada, seu coração sentir o impulso de orar, deixe-o, livremente, desabafar-se com o Senhor.


12. Em resumo:


- ler a Palavra lentamente

- saboreá-la gozosamente

- meditá-la cordialmente

- aplicá-la diligentemente




Que a Palavra seja para você:


- lâmpada que ilumine seu caminho

- pão que alimente sua alma

- fogo que incendeie o fervor

- rota que conduza à salvação

- pulsar que anime seu espírito

- vida que jamais acabará


1. Oração Comunitária

Oração comunitária, denominada também compartilhada, ocorre quando se reúne um grupo de pessoas para orar, com estas características: 

a) espontaneamente;

b) em voz alta;

c) diante dos demais; e

d) alternadamente, não simultaneamente.


Para que a Oração Comunitária (ou Compartilhada) seja verdadeiramente eficaz e convincente deve cumprir as seguintes condições:


1. Supõe-se que os que oram comunitariamente devem cultivar anteriormente a relação pessoal com o Senhor. De outra maneira, a Oração Comunitária se torna uma atividade artificial e vazia.

2. Deve-se evitar, se possível, o “jaculatorismo”, frases curtas, esterotipadas, formais, ditas de memória. Pelo contrário, deve-se orar de forma verdadeiramente espontânea, de dentro para dentro, como se neste momento não estivessem no mundo mais do que Ele e eu, com grande naturalidade e intimidade.

3. Para isto, os que oram devem estar convencidos de que são portadores de grandes riquezas interiores, mais riquezas do que eles mesmos imaginam, que oEspírito Santo habita neles e se expressa através de sua boca; por isso devem falar com grande soltura e liberdade.


4. É de se desejar que não haja, entre os que oram, curto-circuitos emocionais. Porque se entre duas pessoas ou grupos houver uma desavença forte, notória e pública, esse conflito bloqueia a espontaneidade do grupo. Os muros que separam o irmão do irmão separam também o irmão de Deus.


5. É imprescindível, também, que haja sinceridade ou veracidade, isto é, que o que ora, ao expressar-se em voz alta, não seja motivado por sentimentos de vaidade, de dizer coisas originais ou brilhantes. Deve em todo momento retificar a intenção e expressar-se como se estivesse só, perante Deus.


6. Porém, a condição essencial é que seja uma oração verdadeiramente compartilhada: quando um integrante do grupo está falando com o Senhor, eu nãotenho que ser um ouvinte ou um observador, mas (se supõe) devo assumir as palavras que estão saindo da boca de meu irmão e, com essas mesmas palavras, eu me dirijo a meu Deus. Quando eu falo em voz alta, suponho que meus irmãos tomam minhas palavras e, com essas mesmas palavras, se dirigem a Deus. E, assim, durante todo o tempo, oram todos com todos. E aqui está o segredo da grandeza e riqueza da oração comunitária: que o Espírito Santo se derrama através de personalidades e histórias tão variadas e diferentes e, por isso, pode resultar numa oração muito enriquecedora.


VARIANTE:


Oração Comunitária com apoio nos Salmos. 

Trata-se de ter diante dos olhos um Salmo determinado; o grupo o reza primeiro em comum e , se possível, com a Leitura Rezada.

Depois de uns minutos, qualquer um dos assistentes ora em voz alta (tendo sempre o Salmo aberto nas mãos) fazendo - em forma de oração - uma espécie de paráfrase ou comentário do versículo que mais lhe chamou a atenção. Depois, outro faz o mesmo. E, assim, sucessivamente, todos os que desejam intervir.


Acabar com um canto.

2. Meditação

Aconselha-se esta atividade espiritual às pessoas de mente analítica e reflexiva. Para esta classe de pessoas não é suficiente a leitura meditada. Podem e devem avançar mais a fundo.

Por outra parte, não se deve esquecer de que é, na meditação, que se forjam as grandes figuras de Deus.

Meditar é uma atividade mental, concentrada e ordenada, pelo qual tomamos um texto ou um tema, e o vamos contemplando em sua globalidade e detalhes; o analisamos em suas causas e efeitos para, dessa maneira, forjar critérios de vida, juízos de valoração, em uma palavra, formar uma mentalidade segundo a mente de Deus. E, por esse caminho, os critérios acabam por se transformarem em convicções, e as convicções em decisões. E dessa maneira, nos convertemos em discípulos do Senhor.


PREPARAR:

- pedir luz;

- escolher a matéria que se vai meditar;

- para que a mente não se extravie ou se disperse, é conveniente imaginar graficamente a cena: os que falam, como se movem, seu cenário, outros detalhes.


DESEMBARAÇAR E ORDENAR:

- distinguir os diferentes planos de uma cena; buscar o significado e a finalidade de cada palavra e do contexto das palavras, o sentido de cada cena e docontexto dessa cena; deter-se no significado dos verbos…;

- induzir, deduzir, explicar, aplicar, combinar diferentes idéias, confrontando-as…;


- buscar a lógica interna da causa e efeito, princípios e conclusões, o que é e o que não é cada coisa, distinguir os motivos e as intenções, ação e reação, esforço e resultados…

APLICAR OU COMPROMETER-SE:


- eu mesmo tenho que me introduzir na cena, como se eu fosse ator e não observador. Falam-me e interpelam-me (as palavras de Cristo a Zaqueu, Pedro, jovem rico, cego do caminho…); a mim são dirigidas e eu, por minha vez, falo, pergunto a essas pessoas da cena…;

- confrontar o que ouço na cena com meus problemas de hoje, com minha situação atual, com os acontecimentos deste tempo…;

- acabar orando.

(Encontro - Manual de Oração; de Ignácio Larrañaga)

Fonte - http://www.santual.com.br

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Não tenha medo!



Quinta-Feira, 26 de abril 2012
A Santíssima Virgem Maria assumiu no mundo a sua missão de Nova Mulher e pisou na cabeça da serpente para matá-la. Podemos dizer: aquilo que está profetizado no livro de Gênesis aconteceu. 

Aconteceu aquilo que o próprio Deus disse depois do pecado de Adão e Eva: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15). 

É próprio da cobra ficar escondida. A serpente é a figura do inimigo, porque ele também age dessa forma. Ele prefere ficar às escondidas, mas se alguém corajoso o atinge, ele se mostra e é obrigado a se manifestar. Quando se pisa na cabeça de uma serpente, ela começa a se debater: isso nos assusta, e muito. 

Mas não é preciso temer. Nossa Senhora já pisou na cabeça da serpente. A cobra dá botes, mas já está condenada à morte. Muitos ficarão com medo, mas Jesus coloca em nosso coração a palavra repetidamente pronunciada por João Paulo II: “Não temais”. Aconteça o que acontecer, não temais! 

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


Pentecostes - uma orientação bíblica



Pentecostes (do grego pentekoste, "o 50o. dia") Festa judeu-israelita. A festa é uma das três enumeradas em Ex 23,14-17, onde é simplesmente chamada festa da colheita, a festa das primícias da colheita do trigo. Em Ex 34,22 é chamada de festas das semanas, as primícias da colheita do trigo mencionada juntamente com os Ázimos e a festa da colheita. Em Lv 23,15-21, a festa é calculada pela contagem de 7 semanas desde o começo da colheita do trigo; e é um dia de observância sabática. Em Nm 28,26-31 é chamada de festa das semanas, o dia das primícias. Em Dt 16,9-12, é a festa das semanas, que ocorre 7 semanas depois do começo da colheita de trigo. em outra parte, a festa é mencionada em 2Cr 8,13, o que tem levado alguns estudiosos à conclusão de que ela não era uma festa importante. Esta conclusão não parece bem fundada. Ela é uma das três maiores festas de todas as listas mais antigas de festas.


Como é descrito, o Pentecostes é evidentemente uma festa agrícola sem nenhum motivo histórico. É provável que seja de origem mais tardia que a Páscoa e não tenha tomado forma até os israelitas se tornaram uma comunidade primariamente agrícola em Canaã. A data da festa em sua celebração original, visto que o começo da colheita do trigo não pode ser fixado em dia determinado do calendário. O começo da colheita do trigo corresponde a festa dos Ázimos. Qunado a Páscoa e os Ázimos foram fundidas e fixadas no 14 de Nisã, a festa das semanas recebeu uma data regular no calendário, 7 semanas (50 dias) após a Páscoa.


No judaísmo a festa recebeu um sentido histórico, tornando-se o aniversário da outorga da Lei a Moisés. Este motivo não aparece com certeza até antes do começo da era cristã. Os estudiosos suspeitam que o antigo calendário de festas israelitas continha uma festa que era uma renovação da aliança, e que o motivo judaico da outorga da lei tivesse suas raízes numa prática muito mais antiga.


O Pentecostes é mencionado mais frequentemente no Novo Testamento que no Antigo; recebe sua importância na fé e na liturgia cristãs do evento relatado em At 2, a descida do Espírito Santo sobre os discípulos, o dom das línguas, o discurso de Pedro e a formação da primeira igreja cristã. São Lucas faz do Pentecostes "o nascimento da igreja universal". O evento, como é descrito em Atos, é colocado numa interpretação teológica um tanto complexa; muitos críticos crêem que já estava incorporada no relato quando chegou a Lucas.


Os antecedentes do dom das línguas no Pentecostes aparecem em passagens do AT como Nm 11,25-29; 1Sm 10,5-6.10-19; 1Sm 19,20-24. Nesses episódios, os anciãos de Saul profetizaram, sob o impulso do espírito, o que, no contexto, parece significar discurso extático ininteligível, "uma língua estrangeira". Sob o impulso do Espírito dado por Jesus, o mesmo carisma aparece na Igreja, mas numa forma superior. Mediante a efusão do Espírito, a Igreja recebe poderes para dirigir-se a todas as nações e ser compreendida por elas. O discurso a todas as nações, na respectiva língua delas, visto neste evento, foi realmente cumprido na missão do grupo apóstólico aos povos do mundo. Há, possivelmente, uma alusão implícita à história da torre de Babel, na qual a humanidade foi dividida pela diversidade das línguas. A unidade perdida é restaurada na Igreja, que fala todas as línguas, mas é uma única sociedade unificada.


A efusão do espírito caracteriza a Igreja na pregação ao Evangelho. Lucas apresenta deliberadamente o contraste entre o grupo inativo e impreparado, reunido antes da descida do espírito e o ativo e eloquente orador que aparece no Pentecostes. Por meio do Espírito, a Igreja sente-se autorizada a cumprir a missão que lhe fora outorgada por Jesus.


A narrativa conclui com a descrição da comunidade de Jerusalém, um grupo judeu-cristão, a primeiraekklesia, que é o fruto da manifestação do Pentecostes. O relato de Pentecostes foi efetivamente composto à luz da subsequente consciência da missão universal da Igreja e de sua extensão aos gentios. Portanto, o relato resume num único evento a obra da geração da Igreja, o Espírito que a inspirou e moveu e os fruots do Espírito operando na Igreja.


Outras leituras bíblicas relacionadas:
(AT) Sl 104, 30; Sl 33,6 ; Gn 11,1-9; Jl 3,1-5; Is 2,2; Sl 18, 6; Sl 13,34-37; Sl 16,8-11; Sl 132, 11; 2Sm 7,12; Ez 36,27; Is 57,19; Jl 3,5; Dt 32,5
(NT - Evangelhos) Mt 24,29; Mt 2,23; Lc 24,19; Lc 5,17; Mt 9,27; Jo 15,26; Lc 3,10; Mt 3,2; Lc 9,41; Mt 17,17; Lc 1,12; Lc 24, 53
(NT - Atos e Cartas) 1Cor 14,24; Rm 7,5; At 11,27; Rm 10,9-13; At 10,38; At 1,4-5; Ef 4,8-11; Fl 2,11-15; At 6,1


-- do Dicionário Bíblico, de John Mackenzie (publicado pelas Edições Paulinas)

Explicação Catequética do Credo - artigo VIII: Creio no Espírito Santo






31. Nós, cristãos, quando marcamos a nós mesmos com o sinal da Cruz, professamos nossa fé na mais Santíssima Trindade. O mistério da Santíssima Trindade é este: adoramos um único Deus em três pessoas. A primeira pessoa é Deus Pai, que não foi feito, criado ou nascido; A segunda pessoa é Deus Filho gerado por Deus Pai, não produzido nem criado; a terceira pessoa é Deus Espírito, que procede o Pai e Filho, também não foi produzido ou criado. Isto indicamos toda vez que fazemos o sinal da Cruz. Por isso colocamos a mão direita sobre a testa e dizemos "Em nome do Pai", mostrando que Deus Pai não foi produzido nem criado. Então movemos a mão para o peito e pronunciamos "e do Filho", que significa Deus Filho gerado por Deus Pai, mas não criado nem produzido por Ele. Finalmente, tocamos com a mão o ombro esquerdo, falando ao mesmo tempo "e do Espírito". e então tocamos o ombro direito dizendo a palavra "Santo", assim declaramos que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.


32. Esta é a fé que todo cristão é convidado a confessar sem hesitação, adorando e glorificando ao Espírito Santo, consubstancial com o Pai e Filho, procedendo de ambos; que pela suas santas inspirações nos chama de nossos pecados e move nosso coração a observar os Dez Mandamentos da lei de Deus Nosso Senhor e aos preceitos de nossa mãe, a santa Igreja Católica; que nos dispõe a realizar atos de misericórdia espiritual e corporal. A doutrina da divindade do Espírito Santo foi professada por São Bartolomeu com estas palavras: Creio no Espírito Santo.


-- Explanação Catequética do Credo para os Habitantes das Ilhas Molucas, por São Francisco Xavier (século XVI)

terça-feira, 24 de abril de 2012

25 de Abril dia de São Marcos Evangelista


Celebramos com muita alegria a vida de santidade de um dos quatro Evangelistas: São Marcos. Era judeu de origem e de uma família tão cristã que sempre acolheu aos primeiros cristãos em sua casa: "Ele se orientou e dirigiu-se para a casa de Maria, mãe de João, chamado Marcos; estava lá uma numerosíssima assembléia a orar" (Atos 12,12). 

A tradição nos leva a crer que na casa de São Marcos teria acontecido a Santa Ceia celebrada por Jesus, assim como dia de Pentecostes, onde "inaugurou" a Igreja Católica. Encontramos na Bíblia que o santo de hoje acompanhou inicialmente São Barnabé e São Paulo em viagens apostólicas, e depois São Pedro em Roma. 

São Marcos na Igreja primitiva fez um lindo trabalho missionário, que não teve fim diante da prisão e morte dos amigos São Pedro e São Paulo. Por isso, evangelizou no poder do Espírito Alexandria, Egito e Chipre, lugar onde fundou comunidades. Ficou conhecido principalmente por ter sido agraciado com o carisma da inspiração e vivência comunitária, que deram origem ao Evangelho querigmático de Jesus Cristo segundo Marcos. 

São Marcos 16, 15-20




Evangelho (Marcos 16,15-20)

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 
16 Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 
17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 
18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.
19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 
20 Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

A palavra será proclamada pela pregadora Sônia Silva no dia 25 de Abril de de São Marcos Evangelista.

Frases do dia



domingo, 22 de abril de 2012

Serenata Dia da Mães


Design Grafico: Jacson

Repertorio 

Mãe (Rick e Renner)
Como é Grande o meu amor por você (Roberto Carlos)
Pareço  um menino (Fabio Jr)
A noite de meu bem (Fagner)
Amor sem limites (Roberto Carlos)
Fogão de Lenha (Chitãozinho e Xororo)
Seguindo o Trem Azul (Roupa Nova)
Fascinação (Sandy)
Nossa Senhora (Roberto Carlos)
Quando te vi (Beto Guedes)
Dona (Roupa Nova)
Se eu não te amasse tanto assim (Ivete Sangalo)
Como vai você (Roberto Carlos)
Emoções (Roberto Carlos)
Felicidade (Fabio Jr)
Você é Linda (Caetano)
Lady Laura (Roberto Carlos)
Índia (Cascatinha)
Meu bem-quer (Djavan)

sábado, 21 de abril de 2012

O Apostolo São Pedro - O filme


Filme este que conta a história do inicio da Igreja de Jesus Cristo, toda a tragetória de Pedro e Paulo até a cidade de Roma.

Sinopse do filme:

Pedro simples pescador que se tornou um dos pelares do cristianismo. A produção conta seu drama ao tentar divulgar o cristianismo por todo Império romano, além de retratar a sua forte amizade com São Paulo. Juntos, os dois homens tornam se santos e ajudaram a mudar a historia da humanidade ao divulgarem a religião mais popular de todos os tempos, numa época em que Roma já enfrentava a crise e perseguia com pulso firme o cristianismo. O ator Omar Sharif chegou a receber ameaças de muçulmanos por dizer ter gostado de interpretar São Pedro nessa produção.


ASSISTA AGORA O FILME

Filme parte 01

Filme parte 02


O grandioso sim de Maria.


Meditando sobre o Dogma da Imaculada Conceição, fiquei com uma dúvida e gostaria de contar com sua ajuda para esclarecê-la: 1) Sempre acreditei que devemos ter adoração pela Ssma. Trindade e veneração pelos santos, pedindo sua intercessão junto a Deus e tendo sua vida como exemplo. 2) Sempre acreditei, também, que não existiria nenhuma hierarquia entre Nossa Senhora e os demais santos, pois todos foram pessoas humanas que colocaram voluntariamente suas vidas a serviço de Deus. 3) Mas, se Nossa Senhora nasceu pré-destinada a ser a Mãe de Deus e portanto imaculada, sem o pecado original, a sua adesão ao Plano de Salvação de Deus já não seria um fato consumado? Ela poderia dizer “não”, e outra virgem de Israel, da casa de Davi, ser escolhida em seu lugar, para cumprir as Escrituras? 

(José Ailton Pereira Prince – Macaé/RJ.)


Dos três tópicos que você colocou, parece que apenas o último exprime sua dúvida, mas acho importante comentar algo sobre os outros também.

Sim, o culto que prestamos a Nossa Senhora e aos Santos é diferente do culto prestado a Deus. Somente a Deus adoramos como nosso Senhor, Criador e Salvador, única fonte de todo Bem e toda Graça. Os santos são venerados e invocados na medida em que isso favorece nossa comunhão com Deus e com toda a Igreja, cuja união é desejo de Deus (Jo 17, 21-23). Diz a Lumen Gentium, citada no Catecismo da Igreja Católica: “Veneramos a memória dos habitantes do céu não somente a título de exemplo; fazemo-lo ainda mais para corroborar a união de toda a Igreja no Espírito, pelo exercício da caridade fraterna. Pois assim como a comunhão entre os cristãos da terra nos aproxima de Cristo, da mesma forma o consórcio com os santos nos une a Cristo, do qual como de sua fonte e cabeça promana toda a graça e a vida do próprio Povo de Deus.” (nº 957)

O Catecismo cita também São Policarpo, mártir do primeiro século: “Nós adoramos Cristo qual Filho de Deus. Quanto aos mártires, os amamos quais discípulos e imitadores do Senhor e, o que é justo, por causa de sua incomparável devoção pelo seu Rei e Mestre. Possamos também nós ser companheiros e condiscípulos seus.”

São Policarpo de Esmirna foi discípulo direto dos apóstolos, e essa citação é um exemplo, entre outros, de que o culto aos santos já existia na Igreja primitiva. Não é uma “inovação” do Catolicismo Romano, como insinuam os protestantes. Ao contrário, foram estes que inovaram ao suprimir todas essas coisas.
Não é tanto para você que digo isto, mas para aproveitar a oportunidade de dar resposta a outros questionamentos que tenho recebido, sobre as acusações que os protestantes nos fazem. Aliás, também a Bíblia recomenda o culto à memória dos santos, como por exemplo em Hebreus 13, 7 e Colossenses 1, 12.
Quanto ao nº 2: existe, sim, uma “hierarquia” entre Nossa Senhora e os demais Santos, porque ela exerceu um papel especial e único na história da Salvação. Sua união com Deus foi mais perfeita do que a de qualquer outro ser humano, por ter ela formado em seu seio e dado à luz o próprio Deus. Assim, ela participou diretamente no Mistério da Redenção, e, por isso mesmo, foi preservada do pecado desde a concepção, gozando antecipadamente da redenção conquistada por Jesus, e participando, também antecipadamente, em corpo e alma, de sua glória no Céu. Nesses aspectos ela se distingue dos demais santos.

A glória de Maria, como a de todos os santos, decorre exclusivamente dos méritos de Cristo, mas foi este mesmo quem quis elevá-la a essa posição privilegiada, para o bem da Igreja, cuja maternidade lhe conferiu do alto da cruz (Jo 19, 26-27).

Assim como no caso dos santos, também o culto que a Igreja presta a Maria, longe de tirar o valor da adoração exclusiva devida a Deus, antes a favorece, e por isso é válido e útil.

Quanto ao consentimento (adesão) de Maria ao plano de Salvação (nº 3): de fato, ela foi escolhida por Deus desde toda a eternidade, e já preparada desde a concepção para essa missão. Diz o Catecismo: “Para ser a Mãe do Salvador, Maria “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função”. No momento da Anunciação o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”. Efetivamente, para poder dar o assentimento livre da sua fé ao anúncio da sua vocação, era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.” (nº 490).

O “sim” de Maria, portanto, é fruto da graça de Deus que nela habitava, como de resto o são todos os atos de virtude praticados pelos santos ou por qualquer um de nós. “Sem mim, nada podeis fazer”, diz Jesus. Sempre que fazemos o bem, é pela graça de Deus que o fazemos.

Mas isso não anula a nossa liberdade. Podemos dizer “não” à graça, se assim o desejarmos, e muitos o fazem. Maria era livre para dizer “não”. Mas Deus, que conhece tudo, naturalmente já sabia que ela diria “sim”, embora não a tenha forçado a isso. Por isso a escolheu entre todas as mulheres e a cercou de graças especiais. Se ela fosse dizer “não”, Ele não a teria escolhido.

Maria à Luz dos Escritos Patrísticos ! Nos primeiros séculos


Através dos primeiros escritos históricos - os quais são chamados Patrísticos -, percebemos como os cristãos foram compreendendo e aprofundando os numerosos títulos encontrados no Evangelho:

- "Cheia de Graça" (Lucam I,28)
- "Serva do Senhor" (Lucam I,38)
- "Mãe do meu Senhor" (Lucam I,43)
- "Bem-aventurada me chamarão todas as gerações" (Lucam I,48)

Maria à Luz dos Escritos Patrísticos!

1. Santo Inácio de Antioquia - ano 107

"Nosso Deus, Jesus Cristo, tomou carne no seio de Maria segundo o plano de Deus... Permaneceu oculta ao príncipe deste mundo (Ioannem XII,31. XIV,30) a virgindade de Maria e seu parto, como igualmente a morte do Senhor: três mistérios de grande alcance, que se processaram no silêncio de Deus" (Inácio aos Efésios 18 e 19).

"... de Jesus, da descendência de Davi, Filho de Maria, o qual nasceu de fato, comeu e bebeu" (Inácio aos Tralianos 9).

2. São Justino Mártir - ano 155

"Fez-se homem, por meio da Virgem, a fim de que o caminho que deu origem à desobediência instigada pela serpente, fosse também o caminho que destruiu a desobediência. Eva era virgem e incorrupta, concebendo a palavra da serpente, gerou a desobediência e a morte. A Virgem Maria, porém, concebeu fé e alegria, quando o anjo Gabriel lhe anunciou a Boa-Nova de que o Espírito do Senhor viria sobre ela, a Força do Altíssimo a cobriria com sua sombra, de modo que o Santo que dela nasceria, seria o Filho de Deus. Então respondeu ela: 'Faça-se em mim, segundo a tua palavra'. Da Virgem, portanto, nasceu Jesus, de quem falam as Escrituras... Aquele por quem Deus destrói a serpente" (Diálogo com Trifão 100,4-5).

3. O Protoevangelho de Tiago - ano 170

É um texto apócrifo, redigido em grego. A antiguidade do texto lhe confere autoridade, embora esteja redigido de maneira fantasiosa, como acontece em toda literatura apócrifa.
Por apócrifos, a Igreja Católica sempre considerou os escritos que foram considerados como fantasiosos pelos primeiros cristãos e não aceitos como inspirados, pelos Concílios Ecumênicos dos primeiros séculos.

Mas apesar deste escrito ser considerado apócrifo, a Igreja acolheu duas referências:

- Os nomes dos pais de Maria, Ana e Joaquim, celebrados aos 26 de julho na Liturgia;

- A Apresentação de Maria no Templo (conforme o costume judeu de educar as meninas no Templo), festejada a 21 de novembro.

4. Santo Irineu - ano 185

"Da mesma forma que aquela (Eva) foi seduzida por desobedecer a Deus, esta (Maria) foi persuadida a obedecer a Deus por ser ela, a Virgem Maria, a advogada de Eva. Assim o gênero humano, 
submetido à morte por uma Virgem, tornando-se contra-balançada a desobediência de uma virgem pela obediência de outra" (Contra as Heresias liv. 5, cap. 19)

"Por conseguinte,... encontra-se Maria, Virgem obediente... Eva, ainda virgem, fez-se desobediente e tornou-se para si e para todo o gênero causa de morte. Maria, Virgem obediente, tornou-se para si e para todo o gênero humano causa de Salvação... A partir de Maria até Eva, retoma-se o mesmo círculo (= a recirculação). Não existe outro modo de desatar o nó a não ser fazendo com que os fios da corda onde se deu o nó, percorram o sentido contrário... Eis porque Lucas inicia a genealogia de Jesus começando pelo Senhor e indo até Adão (Lucam III,23-38), evidenciando que o verdadeiro movimento da geração não procede dos antepassados até Cristo, mas vai de Cristo a eles segundo... o Evangelho da vida.

Assim é que a desobediência de Eva foi resgatada pela obediência de Maria; com efeito, o nó que a virgem Eva atou com a incredulidade, Maria o desatou com a Fé" (Contra as Heresias 3,22).

5. Tertuliano - ano 205

É um dos primeiros escritores de língua latina. Ele, várias vezes, afirma a concepção virginal de Cristo no seio de Maria:

"A norma de Fé é absolutamente uma só, imutável, irreformável: Crer em um só Deus Todo-Poderoso, Criador do mundo, e em Jesus Cristo, Seu Filho nascido da Virgem Maria" (Do Véu das Virgens, 1).

"Antes de tudo, será preciso apontar o motivo pelo qual o Filho de Deus devia nascer de uma virgem: devia nascer de um modo novo, o iniciador de um novo nascimento, acerca do qual o Senhor havia dado um sinal anunciado de antemão por Isaías. Qual é este sinal? A virgem conceberá e dará à luz um filho (Isaiae VII,14). Concebeu, pois, a Virgem e deu à luz ao Emanuel, que significa Deus-conosco" (Da Carne de Cristo 17,2).

6. Santo Efrém "o Sírio" - ano 360-370

Em honra de Maria compôs muitos e muitos versos até hoje conservados, ele que é a voz mais representativa e autorizada da Igreja siríaca antiga. Suas expressõesm são magníficas a respeito de Nossa Senhora. Poeta de grande inspiração, tem um profundo amor por Maria.

"O anjo Gabriel foi enviado a Maria para preparar uma morada para seu Senhor. Nela a raça dos homens vis e insignificantes se uniu com a raça divina que está acima de todas as paixões... Pela prole de Maria tem sido abençoada aquela mãe que foi amaldiçoada em seus filhos (Genesis III,16), trazendo bênçãos, as mais profundas, a esta mulher, cuja prole destruiu a morte e a Satanás. E no seio de Maria se fez criança, Aquele que é igual a Seu Pai desde a eternidade; comunicou-nos Sua grandeza e assumiu nossa pequenez: conosco se fez mortal e nos infundiu Sua Vida a fim de livrar-nos da morte... Maria é o jardim ao qual desceu, do Pai, a chuva de bênção. Esta aspersão chegou até o rosto de Adão: assim Este recobrou a vida e se levantou do sepulcro, já que por seus inimigos tinha sido sepultado no Sheol" (Carmina Soguita, 1)

7. Santo Atanásio - ano 360-370

Acompanhou o Concílio de Nicéia (325) e foi um dos que defendeu o dogma de Theotokos, onde Maria não é apenas a Mãe de Jesus, mas é também considerada a Mãe de Deus. A maternidade divina e virginal de Maria é inteiramente real, e não aparente, pois o Cristo assumiu dela a verdadeira natureza humana. Além disso, considera a virgindade de Maria como sendo perpétua. Eis algumas de suas afirmações:

"Se Ele houvesse querido somente ser aparente, teria podido assumir um corpo mais excelente, mas, em realidade tomou um Corpo como o nosso, mesmo que de uma maneira não usual e corrente, pois o Seu Corpo é um Corpo puro e não fruto de uma união marital. Ele assumiu (nossa humanidade) de uma Virgem inviolada, pura e que não conheceu varão. Com efeito, sendo Ele poderoso e criador de todas as coisas, edificou para Si, na Virgem, um templo, ou seja, Seu próprio Corpo" (Discurso sobre a Encarnação do Verbo)

"Como o Corpo do Senhor foi colocado a sós no sepulcro, para que pudesse demonstrar Sua Ressurreição, talvez, foi por um motivo semelhante que Seu Corpo proveio de Maria, como Filho único, para que crêssemos em Sua origem divina" (Tratado da Virgindade, 2)

8. São Gregório de Nissa - ano 379-380

Foi São Gregório que nos deixou historicamente documentada a primeira aparição da Virgem Maria. Ele o fez ao escrever a vida de São Gregório Taumaturgo. Ele narra que numa noite o Santo estava meditando acerca de algumas questões difíceis relativas à Fé e que não podia conciliar o sono. Apareceu-lhe então um personagem ancião e de aspecto venerável, revestido com roupas próprias de uma sagrada dignidade, como lemos:

"Então o outro estendeu a mão adiante como para mostrar algo que de improviso havia aparecido. Gregório voltou a vista na direção indicada, viu uma figura, que era uma mulher muito mais linda que qualquer pessoa humana. Novamente perturbado desviou o olhar e se sentiu cheio de perplexidade; não sabia o que pensar acerca daquela visão em que não conseguia olhar. O mais extraordinário era que, apesar de ser noite escura, brilhava diante dele uma luz ao lado da figura aparecida, como se tivesse sido acendida uma luz muito brilhante... Diz-se que Gregório escutou a mulher que enxortava ao evangelista João para explicar ao jovem (Gregório) o mistério da verdadeira Fé. São João, por sua parte, se declarou totalmente disposto a obedecer a Mãe do Senhor e disse o que desejava de todo o coração." (Vida de São Gregório Taumaturgo, p. 46, 912).

Agora examinemos a Tradição, desde os primeiros séculos:

São Tiago Menor, o qual realizou o esquema da liturgia, prescreve a seguinte leitura, após ler uns passos do antigo e do novo testamento, e de umas orações: "Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem".

O Santo Apóstolo não se limita a isso, mas torna a sua fé mais expressiva ainda. Após a consagração e umas preces, ele faz dizer ao Celebrante: "Prestemos homenagem, principalmente, a Nossa Senhora, a Santíssima, Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria. E os cantores respondem: É verdadeiramente digno que nós vos proclamemos bem-aventurada e em toda linha irrepreensível, Mãe de Nosso Deus, mais digna que os querubins, mais digna de glória que os serafins; a vós que destes à luz o Verbo divino, sem perder a vossa integridade perfeita, nós glorificamos como Mãe de Deus" (S. jacob in Liturgia sua).

O evangelista São Marcos, na Liturgia que deixou às igrejas do Egito, serve-se de expressões semelhantes: "Lembremo-nos, sobretudo, da Santíssima, intemerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".

Na Liturgia dos etíopes, de autor desconhecido, mas cuja composição data do primeiro século, encontramos diversas menções explícitas da Imaculada Conceição. Umas das suas orações começa nestes termos: Alegrai-vos, Rainha, verdadeiramente Imaculada, alegrai-vos, glória de nossos pais. Mais adiante, é pela intercessão da Imaculada Virgem Maria que o Sacerdote invoca a Deus em favor dos fiéis: "Pelas preces e a intercessão que faz em nosso favor Nossa Senhora, a Santa e Imaculada Virgem Maria.".

Terminamos o primeiro século com as palavras de Santo André, apóstolo, expondo a doutrina cristã ao procônsul Egeu, passagem que figura nas atas do martírio do mesmo santo, e data do primeiro século: "Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Cartas dos Padres de Acaia).

A doutrina da Imaculada Conceição era, pois, conhecida no primeiro século e por todos admitida.

A esse respeito, nenhuma contradição se levantou na primitiva Igreja.

No século segundo, os escritos dos Santos Padres falam da Imaculada Conceição como um fato indiscutível. Entre os escritores e oradores deste século, contamos: São Jusitino, apologista e mártir; Tertuliano e Santo Irineu.

No terceiro século, existem também textos claros em defesa da Imaculada Conceição. mas em menor quantidade.

Terminemos estas citações, que podiamos prolongar por páginas afora, pela citação do argumento com que São Cirilo refutou Nestório:

"Maria Santíssima, diz o grande polemista, é Mãe de Cristo e Mãe de Deus. A carne de Cristo não foi primeiro concebida, depois animada, e enfim assumida pelo Verbo; mas no mesmo momento foi concebida e unida à alma do Verbo. Não houve, pois, intervalo de tempo entre o instante da Conceição da carne, que permitiria chamar Maria "Mãe de um homem", e a vinda da majestade divina. No mesmo instante a carne de Cristo foi concebida e unida à alma e ao Verbo".

Vê-se, através destas citações, que nenhuma dúvida, nenhuma hesitação existe sobre este ponto no espírito dos Santos Padres. É uma verdade evangélica, tradicional, universal, que todos aceitam e professam.

Santo Hipólito, bispo de Porto e mártir, escreveu em 220: "O Cristo foi concebido e tomou o seu crescimento de Maria, a Mãe de Deus toda pura". Mais além ele diz: "Como o Salvador do mundo tinha decretado salvar o gênero humano, nasceu da Imaculada Virgem Maria".

Orígenes, que viveu em 226 e pareceu resumir a doutrina e as tradições de sua época, escreveu: "Maria, a Virgem-Mãe do Filho único de Deus, é proclamada a digna Mãe deste digno Filho, a Mãe Imaculada do Santo e Imaculado, sendo ela única, como único é o seu próprio Filho." 

Em um dos seus sermões sobre S. José, Origenes faz o mensageiro celeste dizer ao santo: "Este menino não precisa de Pai na terra, porque tem um pai incorruptível no céu; não precisa de Mãe no Céu, porque tem uma Mãe Imaculada e casta na terra, a Virgem Bem-aventurada, Maria".

No século quarto, aparecem inúmeros escritos sobre a Imaculada Conceição, cada vez mais explícitos e em maior número. Temos diante de nós as figuras incomparáveis de Santo Atanásio, de Santo Efrem, de S. Basílio Magno, de Santo Epifânio, e muitos outros, que constituem a plêiade gloriosa dos grandes Apóstolos do culto da Virgem Santíssima e, de modo particular, de sua Imaculada Conceição.
Nossa Senhora, a Mãe de Deus

Tal é a doutrina claramente expressa no Evangelho, e sempre seguida na Igreja Católica.

Os Santos Padres, desde os tempos Apostólicos até hoje, foram sempre unânimes a respeito desta questão; seria uma página sublime se pudéssemos reproduzir as numerosas sentenças que eles nos legaram.

Citemos pelo menos uns textos dos principais Apóstolos, tirados de suas "liturgias" e transmitidas por escritores dos primeiros séculos.

Santo André diz: "Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu." (Santo Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.).

São João diz: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana." (S. João Apost. Ibid).

S. Tiago: "Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus" (S. Jac. in Liturgia).

S. Dionísio Areopagita: "Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes." (S. Dion. in revel. S. Brigit.)

Orígenes (Sec. II) escreve: "Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe" (Orig. Hom. I, in divers.)

Santo Atanásio diz: "Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta." (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.).

Santo Efrém: "Maria é Mãe de Deus sem culpa" (S. Ephre. in Thren. B.V.).

São Jerônimo: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus". (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.).

Santo Agostinho: "Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus". (S. Agost. in orat. ad heres.).

E assim por diante.

Todos os Santos Padres rivalizaram em amor e veneração, proclamando Maria: Santa e Imaculada Mãe de Deus. 

Em 1917 a Biblioteca John Ryland, de Manchester (Inglaterra) adquiriu no Egito um pequeno fragmento de papiro de 18 x 9,4 cm (Ryl. III,470), cujo conteúdo foi identificado em 1939; é o texto de uma oração dirigida a Maria Santíssima invocada como Theotókos (= Mãe de Deus) no séc. III. Quando em 431 (séc. V) o Concílio de Éfeso proclamou Maria Theotókos, fez eco a uma tradição cujo primeiro termo conhecido remonta a Orígenes (243 dC).

Sob a tua misericórdia nos refugiamos, Mãe de Deus!
Não deixes de considerar as nossas súplicas em nossas dificuldades.
Mas livra-nos do perigo, única casta e bendita! 

Fonte: Referências: para citações: Conferências Apologéticas (Tomo XI: Objeciones contemporâneas contra la Iglesia II) & www.tradicaoemfococomroma.com

Saiba por que o Católico não pode ser Espírita ? Ressurreição X Reencarnação


“Está decretado que o homem morra uma só vez, e depois disto é o julgamento” (Hebreus 9,27)

Cristianismo X Espiritismo

Hoje em dia muitos cristãos se dizem espíritas e muitos espíritas se dizem cristãos, porém essas pessoas estão enganadas, porque o cristianismo nada tem a ver com o espiritismo. São duas doutrinas totalmente opostas. Nós devemos estudar a doutrina da religião em que acreditamos para não caímos nesse tipo de erro.

Nós cristão acreditamos que só se vive uma única vez, não voltaremos a ter outras vidas terrenas, nem tão pouco teremos a chance de nos redimirmos noutras vidas e acreditamos na vida eterna.

O espiritismo, ao contrário, prega que poderemos viver muitas vidas, ou seja, a reencarnação e que essa vida é apenas uma etapa.

Ressurreição X Reencarnação

Nós cristãos acreditamos firmemente na Ressurreição dos mortos, ou seja, como Jesus ressuscitou e 
vive para sempre, assim também, nós ressuscitaremos depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado.

Os espíritas centralizam sua doutrina na reencarnação, na qual o ser humano iria nascer e renascer várias vezes, em vários corpos diferentes (algumas doutrinas acreditam que até em corpos de animais) sem cessar para purificar-se. Nesse processo está a lei do progresso na qual a alma vai evoluindo sempre sem regresso e a lei de causa-e-efeito, ou “karma”, na qual a alma precisa se purificar de suas más acções, nesta vida ou nas seguintes.

No tempo de Jesus haviam duas doutrinas opostas, uma acreditava na ressurreição dos mortos (como nós cristãos) e a outra acreditava na reencarnação (como os espíritas). Por isso que algumas pessoas as vezes falaram sobre Jesus: “É Elias, ou algum dos profetas…” (Mateus 16, 13-14) elas acreditavam na reencarnação.

Na conversa que Jesus teve com Nicodemos Jesus fala em nascer de novo, porém Nicodemos não compreendeu como um homem adulto voltaria para o ventre materno, há pessoas que interpretam 
essa passagem ao pé da letra e acham que Jesus afinal estaria falando sobre a reencarnação, mas Jesus é bem claro: “quem não nascer do Espírito” quem não nascer de novo pelo Espírito, ou seja pelo Espirito Santo, o que quer dizer a verdadeira conversão. (João 3, 1-8)

Também temos a parábola do rico e do pobre Lazaro:

"Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finissimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele. E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado. E no Hades ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quiserem passar daqui para vós não poderiam, nem tão pouco os de lá passar para cá". (Lucas 16,19-26)

Nessa parábola podemos perceber que quando uma pessoa morre ela irá para um lugar determinado, não fica aqui na terra vagando, e não sairá de lá, seja para o céu, para o inferno ou para o purgatório.

Podemos analisar também que quando Jesus se transfigurou apareceram conversando com ele Moisés e Elias (Marcos 9,4), ora eles estavam vivos (com corpo glorioso), não estavam reencarnados, estavam ressuscitados, é nisso que nós cristãos acreditamos, na ressurreição dos mortos.

Misericordia X “Karma”

Nós cristão acreditamos na imensa misericórdia de Deus, nós seremos salvos pela graça, nossos pecados serão perdoados pela Cruz redentora de Cristo.

Os espíritas crêem no “karma”, ou seja, que tudo que fizermos de mal deverá ser pago, ou nesta vida ou nas demais, progredindo pelos seus próprios esforços a cada existência.

Jesus, nosso Deus e Salvador X Auto-redenção

O mais grave quando alguém acredita na reencarnação é pensar que irá se salvar por méritos próprios. Isso é negar totalmente o sacrifício de Jesus na Cruz. Ele é o nosso salvador, nós fomos resgatados por Ele, pelo seu sacrifício na Cruz é que fomos salvos, e não por nós mesmos. O homem por si só nunca seria capaz de se salvar, foi preciso que Jesus morresse por todos, além disso Jesus é Deus, é o Filho de Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade, Deus de Deus, Luz da Luz… os espíritas também não acreditam nessa verdade, para eles Jesus é um “espirito iluminado”, ou seja, um modelo a ser seguido, mas não é Deus. Portanto, os espíritas negam a divindade de Jesus.

Por esse ponto de vista é inadmissível que alguém se considere cristão e espírita, porque a doutrina espírita nega o próprio Cristo. É completamente contraditório crer na reencarnação, negar a divindade de Cristo, ir ao Centro Espírita para receber um passe, falar com os mortos… e depois ir à Igreja para celebrar o Mistério da Páscoa de Jesus, a nossa Salvação.

O Vídeo abaixo do padre Paulo Ricardo explicando maiores detalhes sobre o assunto:



Fonte: http://multimidiacatolica.blogspot.com.br/2012/04/saiba-por-que-o-catolico-nao-pode-ser.html#more

Frases da semana







sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cristo: verdadeiro Deus e verdadeiro homem está no meio de nós


Escrito por Ana Maria Bueno Cunha, Seg, 20 de Setembro de 2010 23:17

Esta é uma fundamental verdade da fé, e por ela sabemos que a natureza humana e a natureza divina de Nosso Senhor Jesus Cristo nem se confundem, nem se separam. Formam, unidas a tal ponto, uma única Pessoa, a saber: a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Foi no IV Concílio Ecumênico, conhecido como Concílio de Calcedônia (convocado no ano 451), que a Igreja formalizou dogmaticamente esta verdade. Eis como os Padres Conciliares definiram as duas naturezas em Cristo (Sessão VI – 22/10/451):
”Seguindo, pois, os Santos Padres, unanimemente ensinamos que se deve confessar: "Um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na Sua divindade e perfeito na Sua humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, [composto] de alma racional e de corpo; consubstancial ao Pai quanto à divindade, consubstancial a nós quanto à humanidade, “em tudo semelhante a nós, menos no pecado” (Heb 4,15); gerado do Pai antes dos séculos, segundo a divindade; e, nos últimos tempos, por nós e para a nossa salvação, [gerado] de Maria Virgem, Mãe de Deus, segundo a humanidade; que se deve reconhecer um só e mesmo Cristo Senhor, Filho Unigênito, em duas naturezas, sem confusão, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis, de nenhum modo suprimida a diferença das naturezas por causa de sua união, mas salvaguardada a propriedade de cada natureza e confluindo numa só Pessoa e hipostase, não separado ou dividido em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus-Verbo, Senhor Jesus Cristo, como outrora nos ensinaram sobre Ele os profetas e depois o próprio Jesus Cristo, e como nos transmitiu o símbolo dos Padres"
 
A encarnação de Jesus Cristo realiza-se na plenitude dos tempos, e com ela vivemos e antecipamos desde já aquilo que será a realidade final na ressurreição dos mortos. Esta encarnação do Filho de Deus permite ver realizada uma síntese duradoura e definitiva que a mente humana, por si mesma, nem sequer poderia imaginar: “o Eterno entra no tempo,o Tudo esconde-se no fragmento. Deus assume o rosto do homem”.
Deste modo a verdade expressa na revelação de Cristo, deixou de estar circunscrita a um restrito âmbito territorial e cultural, abrindo-se a todo homem e mulher que a queiram acolher como palavra definitivamente válida para dar sentido a existência. [Carta Encíclica Fides et Ratio, de Sua Santidade o Papa João Paulo II].
Ao depararmos com os Santos Evangelhos, vemos Cristo divino e humano, curando os homens e suas chagas, tanto físicas quanto espirituais. As multidões se acorriam a Ele porque no mais íntimo de seu ser buscavam o Eterno, Àquele que poderia tirá-los da escuridão em que se encontravam; porque todos, sem nenhuma exceção, haviam pecado e todos estavam privados da glória de Deus (Rom. 3, 23), e o Pai que tanto amou o mundo, porque este foi feito por Ele e de uma maneira perfeita - porque Ele é perfeito -, ao ver a humanidade desolada, fadada ao abismo e longe de sua face santa, enviou seu único Filho, para que todos os que n’Ele cressem, não perecessem, mas que fossem salvos por Ele.
Com efeito, só no Verbo de Deus feito carne se realizou a obra de nossa Redenção, e o instrumento da nossa salvação foi a Humanidade de Jesus – corpo e alma – na unidade da pessoa do Verbo [cf. Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II n.5]. Esta humanidade é o único caminho para a salvação dos homens e o meio insubstituível para nos unir com Deus. Jesus se fez homem como nós e não se prevaleceu somente de sua divindade, mas porque nos amou até o fim, quis fazer a vontade do Pai e pela obediência e entrega total de seu ser, veio para satisfazer a ofensa infinita da desobediência do homem feita à Deus que é Santíssimo, causa de toda ruína humana.
Sendo Deus, qualquer ato seu já seria suficiente para aplacar a ira divina e satisfazer toda ofensa, e como homem, poderia nos representar, porque entre nós, não havia um justo sequer, por isso Ele disse: Eis que venho, ó Deus, para fazer a Tua vontade (Sal 39, 7 ss), se encarnou , cumpriu toda a lei e se deu por inteiro, se fez vítima no silencio do seu amor, se fez cordeiro e como um foi levado ao matadouro, manifestando ali a face do verdadeiro Deus que é misericordioso, e que ama seus filhos desobedientes, porque sabe do que é que são feitos.
O Pai, no Filho, pelo poder do Espírito Santo, estende a mão à humanidade perdida, entrega seu maior bem e abre através do corpo deste bem, as portas do céu. Consome-se, desgasta-se, morre, para que junto d’Ele, morra a morte, aquela que aprisiona todo ser. E vence o demônio, autor de toda mentira e da desgraça do homem.
A Cruz que era sinal de escândalo para o mundo se tornou para nós que cremos, sinal de salvação e de esperança, penhor da nossa Redenção eterna. Na cruz se deu a vitória da obediência sobre a desobediência, da humildade sobre o orgulho (raiz de todo pecado), da luz sobre as trevas.
Meditemos no Senhor, chagado dos pés à cabeça por amor de nós. Com frase que se aproxima da realidade, embora não consiga exprimi-la completamente, podemos repetir com um escritor de há séculos: O corpo de Jesus é um retábulo de dores. À vista de Cristo feito um farrapo, transformado num corpo inerte descido da Cruz e confiado a Sua Mãe, à vista desse Jesus destroçado, poder-se-ia concluir que esta cena é a exteriorização mais clara de uma derrota. Onde estão as massas que o seguiram e o Reino cuja vinda anunciava? Contudo, não temos diante dos olhos uma derrota, mas sim uma vitória: - está agora mais perto do que nunca o momento da Ressurreição, da manifestação da glória que Cristo conquistou com a Sua obediência” ( Cristoque passa, n. 95)
 “Quem é capaz de morrer quando queira, como Jesus morreu quando quis? Quem poderevestir-se da morte quando queira, como Ele Se despojou de Sua carne quando quis?(...) Quanto deve esperar-se ou temer-se o poder daquele que virá para julgar, quando tão grande apareceu no momento de morrer!” (Novo Testamento - Edição de Navarra p. 1411. Evangelho de São João)
Os méritos e as graças conquistadas na cruz, foram suficientes para redimir toda humanidade, e para dispensá-las aos homens, por quem Ele morreu, enquanto esteve na sua vida terrena, Jesus quis formar aqui uma Igreja, que apontaria para Ele e muito mais que isso, seria nela e por ela, que todos os homens conseguiriam se achegar de novo ao Pai, e como sem “fé é impossível agradar a Deus”(Hb 11,6), ninguém jamais pode ser justificado sem ela, nem conseguir a vida eterna, se nela não “perseverar até o fim” (Mt 10,22; 24,13)
. Ora, para que pudéssemos cumprir o dever de abraçar a verdadeira fé e nela perseverar constantemente, Deus instituiu, por meio do seu Filho Unigênito, esta Igreja, e a muniu com as notas manifestadas em sua instituição (Santa, Católica, Apostólica e Romana), para que pudesse ser reconhecida como guardiã e mestra da palavra revelada.
Nos três anos de seu ministério público, Jesus chamou 12 apóstolos que estariam com Ele, os formou, e deu a eles a tríplice missão da Igreja que é: Ensinar – “Ide, pois, ensinai a todos os povos [...]. Ensinando-os a observar todas as coisas que vos mandei “(Mt. 28,19-20). Santificar – “Batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt. 28,19); Isto é o meu corpo [...]; fazei-o em memória de mim” (Lc. 22,19); Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos (Jo. 20,23); e governar em seu nome – “Se se recusar a ouvi-los, dize-o à Igreja. Se não ouvir a Igreja, considera-o como um gentio ou um publicano. [...] Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu; e tudo o que desatardes sobre a terra, será desatado no céu (Mt. 18,17-18); Quem vos ouve, a mim ouve, e quem vos despreza, a mim despreza (Lc. 10,16).
“Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Esposa uma participação na sua própria infalibilidade, Ele que é a Verdade.”Pelo sentido sobrenatural da fé, o Povo de Deus se atém indefectivelmente à fé, sob a guia do Magistériovivo da Igreja (cf. Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II. 12,DV 10).
“A missão do Magistério está ligada ao caráter definitivo da Aliança instaurada por Deus em Cristo como seu Povo; deve protegê-lo dos desvios e dos desfalecimentos e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica. O ofício pastoral do Magistério estáassim ordenado ao cuidado. para que, o Povo de Deus permaneça na verdade que liberta.
Para executar este serviço, Cristo dotou os pastores do carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes” (TRESE, Léo. Fé Explicada p. 138)
Quando o Menino Deus veio ao mundo, iluminou a todos, porque o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e estrela que indicava o caminho, brilhou para aqueles que procuravam Deus em seus corações, e a Ele, vieram os pastores, os reis magos, indicando que a todos foi oferecido o caminho, a salvação, a vida.
Já não há mais motivos para que os homens se percam, para que vivam nas trevas do pecado, pois todos, independente de raça, tribos e nações, poderão buscar o Senhor, já que Ele tem se deixado encontrar e está perto dos que o invocam com sinceridade.
“Deus, infinitamente Perfeito e Bem-Aventurado em si mesmo, em um desígno de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que, desde sempre e em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade de sua família, a Igreja”. [Catecismo da Igreja Católica
– Prólogo]
O Pecado ainda está no mundo e este jaz no maligno, mas a graça, o poder de Deus
dispensados através de seu Santo Espírito, que é o espírito da verdade, renova este mundo, revela Deus aos corações, e mostra aos homens que o mal não é vencedor de nada, porque este espírito santifica todo homem e o torna semelhante a Deus, já que põe em seus corações o germe do bem e do amor.
Este mesmo Espírito convoca os homens a verem de novo a estrela, sim, porque ela continua brilhando, mas hoje não mais leva os homens à manjedoura, porém à Igreja, constituída por Cristo, saída do seu lado direito, de suas chagas, de onde verteu sangue e água, para dar vida aos homens. Nela e somente nela, poderão como no tempo dos santos Evangelhos se encontrar com o mesmo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem e poderem ter de novo, sua chagas curadas.
Ele mesmo quis e através do memorial de sua paixão, todos os dias, em todos os altares do mundo, se faz alimento e os homens poderão de novo recebê-lo, porque Ele quis se fazer desse modo para sustentar a todos, que pela fé se achegarem a Ele, nesta caminhada rumo a pátria celeste; onde não haverá mais choro nem dor, no entanto nos encontraremos face a face com Ele e gozaremos juntamente com os Santos, os anjos e Nossa Mãe Santíssima, de sua presença gloriosa, onde haverá louvores sem fim, e poderemos viver eternamente com Ele na glória.
Portanto, se quisermos nos encontrar com o Deus feito homem, temos que necessariamente nos aproximarmos - sem a mácula do pecado -, da mesa da Eucaristia, porque ali estará a cura, a graça e sobretudo o próprio autor da vida. E a vida que Ele nos oferece, é vida em abundância já aqui neste mundo. Busquemos o Reino de Deus e sua justiça e o resto nos será acrescentado, é promessa de Deus e nela confiamos. Amém.
 
Fonte: Sociedade Católica (http://www.sociedadecatolica.com.br).