quarta-feira, 14 de março de 2012

Tempo da Quaresma



Quaresma - significado da palavra
      
            A palavra Quaresma vem do Latim - quadragésima - e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa. Essa celebração é praticada desde o século IV.
          O tempo da quaresma é de quarenta dias, porém em dias corridos somam quarenta e seis pois, de acordo com o cristianismo, o domingo, que já é dedicado como o dia do Senhor, durante a quaresma não é contado.
          A Quaresma começa na quarta-feira de cinzas e termina no sábado anterior ao Domingo de Ramos, para o início da Semana Santa.

Quaresma - significado religioso
          Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
           Para os católicos a Quaresma é o tempo de preparação para a Páscoa, o que é feito através de reflexão, buscando crescimento espiritual para uma aproximação de Deus.
          A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.
          Claro que essa proposta não se aplica somente durante a Quaresma, mas em todos os dias da vida. Deve-se buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, paz e amor em toda a humanidade.
          Procurando ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais prepara-se para um recomeço, um renascimento, para receber o Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Simbolicamente, temos a oportunidade de renascer como Cristo.
          A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
        
Por que 40 dias
         
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

Jejum e Penitências Durante a Quaresma

          Ainda é costume jejuar na Quaresma. A igreja propõe o jejum na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, como uma forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
          O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.
       As imposições rigorosas da Quaresma foram suavizadas no famoso Concílio Vaticano II, realizado nos anos 60, e que promoveu uma verdadeira reforma litúrgica. Por exemplo, tradições, como a de cobrir os santos na Igreja não são mais praticadas.

Campanha da Fraternidade

          O percurso da Quaresma é acompanhado pela realização da Campanha da Fraternidade – a maior campanha da solidariedade do mundo cristão. Cada ano é contemplado um tema urgente e necessário.
          A Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais.
          Seus objetivos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor: exigência central do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
          Os temas escolhidos são sempre aspectos da realidade sócio-econômico-política do país, marcada pela injustiça, pela exclusão, por índices sempre mais altos de miséria. Os problemas que a Campanha visa ajudar a resolver, se encontram com a fraternidade ferida, e a fé, tem o compromisso de restabelecê-la. A partir do início dos encontros nacionais sobre a CF, em 1971, a escolha de seus temas vem tendo sempre mais ampla participação dos 16 Regionais da CNBB que recolhem sugestões das Dioceses e estas das paróquias e comunidades.

Rituais adotados no tempo da Quaresma

          As celebrações têm início no Domingo de Ramos, quando celebra-se a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. É o começo da semana santa.
          Depois, na quinta-feira Santa celebra-se a Ceia do Senhor, conhecida também como o Lava Pés, quando Jesus criaou a eucaristia, e numa postura de extrema humildade, Jesus lava os pés de seus discípulos, significando o resgate dos pecadores.
Depois, vem a missa da Sexta-feira da Paixão ou Sexta-feira Santa, na qual celebra-se a morte do Senhor Jesus, às 15h00. Nessa noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.
          No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo.
          Os rituais se encerram no Domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.

Fontes: CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Arquidiocese de São Paulo - Vicariato da Comunicação

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